sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Gestão para a sustentabilidade corporativa


Partindo do princípio que sustentabilidade não é simplesmente criar uma nova caixinha no organograma, colocar a secretária da diretoria como gerente (acreditem, isso acontece por demais em grandes empresas), disponibilizar uma verba anual e criar alguns projetos sociais e ambientais, a gestão da mudança faz-se fundamental.

Fundamental por dois motivos: quando se atrela a sustentabilidade à gestão de processos, a sua implantação significa mudança na rotina de trabalho diário das pessoas. Pode envolver uma mudança de sistema, pode envolver uma mudança de função, pode envolver inclusão de novas atividades no dia-a-dia e certamente vai envolver mudança de comportamento.

Uma empresa que quer ter a sustentabilidade inserida em seu planejamento estratégico e em seus processos de negócio e produção precisa ter pessoas engajadas e comprometidas com o tema. Qualquer mudança, por si só, gera desconforto e resistência. Além de toda a mudança do escopo do trabalho, a sustentabilidade implica mudança de postura, de visão, de cultura e de valores. Sendo que, muitas vezes, ela impacta em nossos valores pessoais.

É o que eu sempre digo: se uma empresa opta pela sustentabilidade, não tem como o funcionário ser sustentável apenas em horário comercial. São mudanças que ele vai levar para a vida dele. Por mais que eu fale da sustentabilidade como um novo modelo de gestão, ela começa, de verdade, quando os colaboradores compram a ideia. E aí não é apenas fazer um joinha de que aceitou mais uma maluquice vinda do corpo executivo; é praticar de fato o que a sustentabilidade propõe.

O processo de gestão da mudança para sustentabilidade não é muito diferente de qualquer outra mudança que ocorre nas empresas. Análise de impactos, mapeamento de stakeholders, gestão de patrocinadores, indicadores, métricas, rede da mudança, treinamento, comunicação, bla, bla, bla. No entanto, quando falamos de treinamento, comunicação e indicadores a coisa muda de muito de figura.

Tanto a comunicação da mudança para a sustentabilidade, quanto os treinamentos vão muito além de transmitir uma informação. São nessas duas etapas que se conquista, ou não, o engajamento e o envolvimento das pessoas com a causa. Sim, por mais que a sustentabilidade deva ser tratada como modelo de administração estratégica, por mais que envolva metodologias, técnicas e ferramentas de controle, ela é uma causa. E por ser uma causa, os indicadores não são meros números. Eles devem refletir o engajamento que se busca na mudança e o que se espera que seja feito com o conhecimento daqui em diante.





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